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POEMAS

Na ânsia de compartilhar os simbolismos estampados em formas e cores, alguns trabalhos tornam se fontes de inspirações nas composições de poemas e pensamentos que revelam as ideias e os motivos que originam estas obras.

Arco Íris

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Cores, ó cores!

Onde estais?

Revela-nos se és real

Se na noite não as vemos

Oculta na penumbra

Mistério calado ao luar

É noite...

 

...e num giro vem o dia

Tu te mostras ao raiar

Arco colorindo os céus

Vidas cintilando tons

Cores que vem e vão

Paleta multicor no caos a criar

Partículas luminosas ao ar

Eis o espectro em nosso olhar

 

Mas, um eclipse nos cega

Uma sombra a nos ofuscar

Pois se não és a luz mesma

...nem os átomos

...nem as coisas

...nem nada

 

Se transparente tornares

Poderias revelar

O que brilha dentro de tudo

Secretamente a irradiar

Em silêncio

Para além da noite-e-dia

Vibração a nos suscitar

A espera de outra Luz

Um novo arco-íris

Para nos guiar

 

 

Espectro invisível

Que os olhos não podem ver

Cores que não podem expressar

Se não descolorir

Ascendendo

E do centro iluminar

Dentro do fogo

Fundindo-se

Incandescendo-se

Tornando-se fagulha

No coração solar

integração mini.png
Interação...
Inter... ação...
Interna... ação...
Ação de conexão
Universo em Ligação
Correnteza de alimentação
Tudo plugado com eterna fluição
No ritmo do grande Coração
Estelar, do sol em explosão
Labaredas de propulsão
A pulsar combustão
Movimentação
Vida em ação
Interação
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Revolução Vermelha

Correnteza de cubos vermelhos

Blocos enquadrando um padrão

O passado refletido em espelhos

Circuitos fechados da mesma ação

 

Invasão amarela abrem os glóbulos

Linhas intrusas agitam a revolução

Cubos abertos, espelhos quebrados

Livre e conquistado será o coração

escada.png

Uma escada poderá ser erigida

De degraus esculpidos com anelo das arvores

Ao desejarem escapar das entranhas da “terra”

Buscando a luz solar ao ganharem as alturas

 

A subida até o cume dessa construção interior

Leva-nos a desconstrução  de nós mesmos

Desagregando o rochoso, o denso, o petrificado egoísmo

O próprio caminho passa, muda, se transforma, se desfaz

Dissolvendo tudo nas chamas do fogo do “não ser”

Escada

Interação

um elemento estranho - perfeito!.jpg

Algo que esta

Não estando

Que se encaixa

Não prendendo

Que se molda

Não tocando

Que viaja

Flutuando

 

Estranho

De tão perfeito

Estranho ao habitual

Destoando do que somos

Da máquina

Do fluxo “normal”

 

Um intruso

Que não é do mal

Visitante distante

Buscando tesouros

Enterrados no amago

Para exumar

propensão.png

Um elemento estranho. Perfeito!

Propensão

A propensão de tudo

O retorno à força

A massa bruta inclina-se à “direita”

Imantada, aponta para o alto

Irresistivelmente procura sua fonte

Relâmpagos! Raios! Correntes de Luz!

Onde tudo se inicia!

em busca da luz.jpg

Em buscada luz

Porque busco a Ti?

Porque minha cor vem de Ti?

Porque germinei graças a Ti?

Porque o mundo todo orbita a Ti?

Acaso tem algo que não veio de Ti?

Poeira estelar que somos, átomos desgarrados de Ti

Sempre ei de te buscar, mesmo sem saber quem realmente Tu és

Micro ou Macro.jpg

Micro ou Macro

Onde está o referencial?

Cadê a paisagem “conhecida”?

Cadê os campos, os bosques, e as flores?

Referências.... Referencias pra tudo

As grades de nossa percepção

Os limites de nossa visão

Mas, e o que não vemos?

Mas, e o “desconhecido”?

Cadê suas referências?

Será o imaginário?

Será a ausência de referências?

Sem elas abriremos portas infinitas

Novas paisagens, outras realidades

Multidimensionais

Microscópicas, cósmicas, macrocósmicas

E no abismo aparente das escalas

Uma “referencia” se perpetua

A “esfera”, o círculo

O referencial que transcende

Ela, sem começo e sem fim

Geometria perfeita

Está em tudo, no micro e no macro

No átomo, nos astros, nas órbitas

Então, porque não outras paisagens?

Novos horizontes!

Desconhecidos.

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Caravana

Vidas se desgarram

Da mãe terra se despedem

Raízes se desprendem

Rumo a outra vitalidade

 

Caminhada enganosa

Além das nuvens

Crendo ao céu ter chegado

No entanto ainda é viajem

 

Travessia com oásis

Caravana com miragens

Céus como celas

Ao que prendem ascensões

 

Ainda acima transporá

Onde vapores já não jorram

De um teto limiar, atravessar

E ao real lá chegar

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Passagem

Ó luminosa passagem

Passagem, do vermelho ao amarelo

Passagem, do sanguíneo ao solar

Passagem, do rubro ao incandescente

Ó passagem, descortine o segredo do ouro

Teia.jpg

Teia

A aranha vermelha tece sua teia

Com filamentos de hábitos

De impulsos sanguíneos

A aranha é invisível, traiçoeira

Mora nas profundezas da embriaguez

Sua vítima? A consciência

A mente é sua preza fácil

Suspensa na malha biológica

Rede de focos obscuros

Carregados de lembranças vis

Impede a cura da cegueira

Para uma visão livre

Livre das ondas do túnel

Túnel do tempo

Livre da teia

Teia genética

Livre do veneno

Veneno do sangue

outros olhares.jpg

Outros Olhares

Quão um buraco negro

Num horizonte de eventos

Absorto, abismado, tragado...

No fosso da pupila

Cores e luzes desaparecem

Imergem na escuridão

No vácuo, no vazio,

Universo da visão

Desdobrado em esferas

Insondáveis dimensões

Infinitas vibrações

Incontáveis traduções

Inimagináveis visões

Reveladas no avesso

Lá, no outro lado

Sem espaço, sem tempo

Lá, onde a visão é finda

Lá, além do grande vórtice

De lá, afinal... no final...

...quem realmente está olhando?

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Outros Olhares

Suaves esferas a suspirar

Flutuam sobre gases

Perfumes e venenos

Dos poros a jorrar

 

Sem tensão, sem pressão

Fluindo sem cessar

Bem e mal, não importa

Movimentam sem julgar

 

Mas, a leveza nos escapa

Como rocha a pesar

Moldam com dureza

O maciço condenar

 

Não fosse esse hábito

De a tudo estancar

De reprimir e simular

Livre seria nosso respirar

Em vórtices

Em espirais

Assim é a vida

Assim é tudo

Tudo é movimento

Tudo a fluir

Sem começo

Sem cessar

Raios vindo do sol

Raízes indo ao sol

Um giro perpétuo

Uma ânsia sem fim

Do caos a nascer

Do sonho a florescer

Vida à morte

Morte à vida

Sol gerando tudo

E ao sol,

destino de todos

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Florescendo

Da poeira às estrelas

Das estrelas às radiações

Da terra às raízes

Das raízes aos botões

Do sólido ao sutil

Do sutil ao nada ser

À subida segue a seiva

Ansiando florescer

E florescendo brilhará

Na luz que cegara

A visão do tangível

Para no indizível

Desabrochar

Raios-Raízes

Raios-Raizes

Na ânsia de compartilhar os simbolismos estampados em formas e cores, alguns trabalhos tornam se fontes de inspirações nas composições de poemas e pensamentos que revelam as ideias e os motivos que originam estas obras.

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